CERATOCONE

O que é ceratocone?

O Ceratocone é uma alteração degenerativa da córnea, parte transparente do olho, e de característica não inflamatória. 

 Ocorre uma modificação na espessura e formato da córnea, que adquire uma aparência “pontiaguda”, ficando mais fina e menos resistente.

Normalmente ocorre de forma assimétrica, sendo que em 90% dos casos, acomete ambos os olhos. 

Aparece mais comumente no início da adolescência, atingindo seu ápice entre a segunda e terceira décadas de vida. 

Tem grande relação com alergias e com o hábito de coçar os olhos em demasia, razão pela qual tal prática deve ser combatida rigorosamente.

Sintomas:

Entre os sintomas estão: 

  • Fotofobia 
  • Irritações
  • Ofuscamento
  • Embaçamento
  • Distorções moderadas. 

Na maioria dos casos, as pessoas não percebem que possuem a doença, pois esta aparece disfarçadamente, sendo, por vezes, comumente confundida com miopia ou astigmatismo.

Diagnóstico:

O ceratocone é diagnosticado através de um exame oftalmológico completo e de um exame da topografia da córnea ou tomografia corneana, que contribuem para o diagnóstico e acompanhamento da doença.  

Tratamento:

Infelizmente, o ceratocone não tem cura. Porém existe uma série de tratamentos disponíveis para melhorar a visão do portador da doença, estabilizando o problema e reduzindo as deformidades da córnea.

O tratamento adotado depende da graduação e da severidade do ceratocone, e pode ser dividido em cinco etapas básicas: 

  1. Prescrição de óculos;
  2. Adaptação de lentes de contato;
  3. Crosslinking corneano;
  4. Cirurgias de implante de anéis corneanos;
  5. Transplantes de córnea.

As principais formas de tratamentos

Óculos: Em casos iniciais e mais leves, o tratamento é realizado com a adoção de óculos, através de lentes corretivas para melhorar a visão do paciente.

Lentes de contato: O uso das lentes de contato representa uma opção para a melhor qualidade visual,  uma vez que substituem a superfície irregular da córnea por uma regular.

A indicação do modelo de lente a ser usado é feita pelo oftalmologista, que analisa o desenho mais apropriado para o estágio da doença do paciente.  Pode ser feito tanto nos casos iniciais quanto nos mais graves da doença.

Crosslinking: É um tratamento por meio do qual se expõe a córnea a uma combinação de radiação ultravioleta (UV-A) e vitamina B2, produzindo um aumento nas ligações entre as fibras de colágeno, fortalecendo toda a estrutura da córnea. É indicado para pessoas que apresentam boa visão com uso de óculos ou lentes de contato, com o ceratocone não muito avançado e que tenham apresentado evolução da doença.

A função deste tratamento não é reduzir o ceratocone, mas parar a evolução, evitando a progressão da mesma, ocasionando a sua estabilização.

Anel intracorneal: Indicado no estágio moderado do ceratocone, corresponde ao implante cirúrgico de anéis ultrafinos, que funcionam como um esqueleto que remodela e diminui a curvatura da córnea, tornando a sua superfície mais regular. Os mais utilizados são os Anéis de Ferrara. Trata-se de uma técnica reversível, sem danos à córnea e não refrativa, ou seja, após o procedimento os pacientes continuarão precisando usar óculos ou lentes de contato para melhor qualidade visual.

Transplante de Córnea: Indicado apenas como último recurso, em pacientes que apresentam ceratocones em estágios avançados, o transplante de córnea consiste na substituição de toda (transplante penetrante) ou de parte (transplante lamelar ou endotelial) da córnea. Apenas uma minoria dos portadores da doença necessita fazer o transplante, que embora tenha uma recuperação mais lenta se comparada aos outros tratamentos, oferece uma importante melhora no quadro. 

 

Mais informações sobre ceratocone:

Pacientes com Ceratocone ou outras doenças ectásicas da córnea devem realizar exames oftalmológicos de imagem periodicamente, como a topografia e a tomografia de córnea.

Por ser uma doença em que o componente hereditário parece estar presente, os filhos de pais com Ceratocone devem ser instruídos a não coçar os olhos com frequência e a realizarem exames oftalmológicos periódicos, mesmo sem terem ainda apresentado sinais da doença.

Fonte:

  •  CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia
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